A ECONOMIA BRASILEIRA
(Agosto de 2017)
Desde 2007, quando seu Produto Interno Bruto superou 1 trilhão de dólares, a Economia Brasileira se encontra entre as dez maiores do mundo. Em 2013 o valor do PIB chegou a alcançar 2,5 trilhões, colocando o País na sétima posição mundial (GNI – World Bank, current dollars). A partir de 2014, no entanto, a Economia e a Política brasileiras se descasaram, criando um ambiente de insegurança econômica que acabou levando o País à estagnação.
Com as riquezas que possui, com seu imenso território de mais de 8 milhões de quilômetros quadrados e uma população superior a 200 milhões de pessoas, o País, em poucas décadas, inevitavelmente disputará o terceiro lugar de maior PIB do mundo, atrás apenas dos EUA e China. Esta será sua colocação natural no ranking mundial também por causa do destaque que exercerá nas áreas estratégicas de Energia e Produção de Alimentos e em função das vantagens que tende a usufruir em face de sua liderança geopolítica na América Latina. Não há país no mundo com tantas condições favoráveis para um futuro tão promissor. O País não possui conflitos territoriais com seus vizinhos ou dentro de seu território, e conta com um povo pacífico e sem história de conflitos e ódios raciais ou religiosos.
A par de toda esta pujança, o povo brasileiro não desfruta a mesma qualidade de vida que desfrutam as populações dos países desenvolvidos, e sua renda per capita não está entre as 50 maiores do mundo. A Educação brasileira continua a ser uma das piores do mundo, insuficiente em todos os seus níveis e seguindo sua trajetória secular de não fornecer cérebros para o País. A infraestrutura brasileira continua precária e também insuficiente, multiplicando os custos do País e afetando a competitividade empresarial e a vida do cidadão. A Economia não é capaz de gerar os investimentos que lhe sustentem e que nos façam esquecer da Inflação, seguindo sua trajetória preguiçosa de baixa poupança e sempre dependente do capital internacional. Não somos capazes de estabelecer uma política tributária justa e suficiente para prover os cofres públicos de recursos que bastem para atender o contribuinte em suas necessidades e naquilo que o País precisa para alavancar o seu progresso.
A Indústria Brasileira tem 60% de sua produção bruta concentrada na Região Sudeste, dos quais 40% em São Paulo; exporta todo tipo de produto, para 130 países do mundo. Exportamos aviões, sapatos, computadores, telefones celulares, vinhos, lençóis… tudo, da mais variada tecnologia. A Indústria Brasileira emprega 28 milhões de pessoas e representa cerca de 25% do PIB. Sua competitividade esbarra no chamado “custo Brasil”: infraestrutura precária, burocracia de Estado paralisante, carga tributária alta e complexa, falta de regulamentação em alguns setores estratégicos… O Câmbio não lhe ajuda na competição externa e nem a defende na interna.
O Setor Agrícola Brasileiro é um dos maiores produtores e exportadores de grãos no Mundo, contribuindo de forma decisiva para a alimentação mundial e para o desenvolvimento da bioenergia. Ao contrário do que acontece com a Indústria, a Agricultura Brasileira é muito competitiva, ajudada pela grande disponibilidade de terras e por um clima favorável durante a maior parte do ano. Parte desta produtividade também se deve às pesquisas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA.
A soja, o milho e o arroz representam mais de 90% da produção, concentrada nas regiões Centro-Oeste (78,9 milhões de toneladas) e Sul (70,7). O agronegócio exportador convive com uma agricultura familiar que conta com 4,3 milhões de unidades produtivas, participando em 70% dos alimentos que fazem parte da mesa do brasileiro. O produto do Setor Agrícola corresponde a 5 ou 6% do PIB brasileiro, mas gera um agronegócio importante, com a participação da Indústria e do Setor de Serviços, gerando um produto equivalente a 23% do PIB.
O Setor de Serviços é o maior setor da Economia Brasileira, correspondendo entre 67 e 70% do PIB, e se caracteriza por seu dinamismo e criatividade. Mas é um Setor pouco estudado e muito informal: sobre ele são pouco eficazes as ações de Governo, e mais depende das demandas da Indústria e Agricultura. É um setor que não sofre concorrência do Exterior e, por isto, ameaça constantemente os índices de inflação.
A inflação fez parte da história e da cultura brasileiras na segunda metade do século passado e somente a partir de 1994, com o Plano Real, o País conseguiu controlá-la, mas não extingui-la. O câmbio nem sempre sob controle, para cima ou para baixo, e o nível de investimentos muito baixo no País não nos deixam esquecer este fantasma ameaçador.
No período objeto deste estudo o País multiplicou a sua dívida interna, o que o faz refém do pagamento de altos juros bancários: somente em 2016 foram pagos mais de 400 bilhões de reais a título de juros. Emenda à Constituição para limitação dos gastos por 20 anos está colocando esta questão sob um foco nunca antes adotado.
Uma Resposta a A ECONOMIA BRASILEIRA