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Evolução dos Dados Econômicos no Brasil http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br Evolução dos Dados Econômicos no Brasil Fri, 01 Sep 2017 03:58:46 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.9 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/wp-content/uploads/2015/11/cropped-grafico-icone-32x32.png Evolução dos Dados Econômicos no Brasil http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br 32 32 A ECONOMIA BRASILEIRA http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-economia-brasileira/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-economia-brasileira/#comments Tue, 24 Nov 2015 21:45:54 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=136 A ECONOMIA BRASILEIRA  (Agosto de 2017) Desde 2007, quando seu Produto Interno Bruto superou 1 trilhão de dólares, a Economia Brasileira se encontra entre as dez maiores do mundo. Em 2013 o valor do PIB chegou a alcançar 2,5 trilhões, colocando o País na sétima posição mundial (GNI – World Bank, current dollars). A partir […]

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A ECONOMIA BRASILEIRA

 (Agosto de 2017)

Desde 2007, quando seu Produto Interno Bruto superou 1 trilhão de dólares, a Economia Brasileira se encontra entre as dez maiores do mundo. Em 2013 o valor do PIB chegou a alcançar 2,5 trilhões, colocando o País na sétima posição mundial (GNI – World Bank, current dollars). A partir de 2014, no entanto, a Economia e a Política brasileiras se descasaram, criando um ambiente de insegurança econômica que acabou levando o País à estagnação.

Com as riquezas que possui, com seu imenso território de mais de 8 milhões de quilômetros quadrados e uma população superior a 200 milhões de pessoas, o País, em poucas décadas, inevitavelmente disputará o terceiro lugar de maior PIB do mundo, atrás apenas dos EUA e China.  Esta será sua colocação natural no ranking mundial também por causa do destaque que exercerá nas áreas estratégicas de Energia e Produção de Alimentos e em função das vantagens que tende a usufruir em face de sua liderança geopolítica na América Latina. Não há país no mundo com tantas condições favoráveis para um futuro tão promissor. O País não possui conflitos territoriais com seus vizinhos ou dentro de seu território, e conta com um povo pacífico e sem história de conflitos e ódios raciais ou religiosos.

A par de toda esta pujança, o povo brasileiro não desfruta a mesma qualidade de vida que desfrutam as populações dos países desenvolvidos, e sua renda per capita não está entre as 50 maiores do mundo. A Educação brasileira continua a ser uma das piores do mundo, insuficiente em todos os seus níveis e seguindo sua trajetória secular de não fornecer cérebros para o País. A infraestrutura brasileira continua precária e também insuficiente, multiplicando os custos do País e afetando a competitividade empresarial e a vida do cidadão. A Economia não é capaz de gerar os investimentos que lhe sustentem e que nos façam esquecer da Inflação, seguindo sua trajetória preguiçosa de baixa poupança e sempre dependente do capital internacional. Não somos capazes de estabelecer uma política tributária justa e suficiente para prover os cofres públicos de recursos que bastem para atender o contribuinte em suas necessidades e naquilo que o País precisa para alavancar o seu progresso.

 A Indústria Brasileira tem 60% de sua produção bruta concentrada na Região Sudeste, dos quais 40% em São Paulo; exporta todo tipo de produto, para 130 países do mundo. Exportamos aviões, sapatos, computadores, telefones celulares, vinhos, lençóis… tudo, da mais variada tecnologia. A Indústria Brasileira emprega 28 milhões de pessoas e representa cerca de 25% do PIB. Sua competitividade esbarra no chamado “custo Brasil”: infraestrutura precária, burocracia de Estado paralisante, carga tributária alta e complexa, falta de regulamentação em alguns setores estratégicos… O Câmbio não lhe ajuda na competição externa e nem a defende na interna.

O Setor Agrícola Brasileiro é um dos maiores produtores e exportadores de grãos no Mundo, contribuindo de forma decisiva para a alimentação mundial e para o desenvolvimento da bioenergia. Ao contrário do que acontece com a Indústria, a Agricultura Brasileira é muito competitiva, ajudada pela grande disponibilidade de terras e por um clima favorável durante a maior parte do ano. Parte desta produtividade também se deve às pesquisas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA.

A soja, o milho e o arroz representam mais de 90% da produção, concentrada nas regiões Centro-Oeste (78,9 milhões de toneladas) e Sul (70,7). O agronegócio exportador convive com uma agricultura familiar que conta com 4,3 milhões de unidades produtivas, participando em 70% dos alimentos que fazem parte da mesa do brasileiro. O produto do Setor Agrícola corresponde a 5 ou 6% do PIB brasileiro, mas gera um agronegócio importante, com a participação da Indústria e do Setor de Serviços, gerando um produto equivalente a 23% do PIB.

O Setor de Serviços é o maior setor da Economia Brasileira, correspondendo entre 67 e 70% do PIB, e se caracteriza por seu dinamismo e criatividade. Mas é um Setor pouco estudado e muito informal: sobre ele são pouco eficazes as ações de Governo, e mais depende das demandas da Indústria e Agricultura. É um setor que não sofre concorrência do Exterior e, por isto, ameaça constantemente os índices de inflação.

A inflação fez parte da história e da cultura brasileiras na segunda metade do século passado e somente a partir de 1994, com o Plano Real, o País conseguiu controlá-la, mas não extingui-la. O câmbio nem sempre sob controle, para cima ou para baixo, e o nível de investimentos muito baixo no País não nos deixam esquecer este fantasma ameaçador.

No período objeto deste estudo o País multiplicou a sua dívida interna, o que o faz refém do pagamento de altos juros bancários: somente em 2016 foram pagos mais de 400 bilhões de reais a título de juros. Emenda à Constituição para limitação dos gastos por 20 anos está colocando esta questão sob um foco nunca antes adotado.

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A ECONOMIA EM 2015 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-economia-em-2015/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-economia-em-2015/#comments Mon, 23 Nov 2015 13:57:52 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=167 A ECONOMIA EM 2015 (fevereiro 2016) O ano de 2015 foi marcado pela influência política sobre a administração econômica. É uma continuação de 2014, mas com aprofundamento maior desta questão: sem apoio nas duas casas do Congresso e a Economia Internacional não podendo ajudar, o País encontrou enorme dificuldade para o crescimento, ficando evidenciado que […]

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A ECONOMIA EM 2015


(fevereiro 2016)

O ano de 2015 foi marcado pela influência política sobre a administração econômica. É uma continuação de 2014, mas com aprofundamento maior desta questão: sem apoio nas duas casas do Congresso e a Economia Internacional não podendo ajudar, o País encontrou enorme dificuldade para o crescimento, ficando evidenciado que o modelo baseado no consumo já teria se esgotado muito antes, quando então passaram a secar as fontes que o alimentaram: o crédito fácil, a valorização do Salário Mínimo, o aumento do emprego e do salário real, as políticas de transferência de renda e o próprio ritmo do comércio exterior sustentaram cada vez menos as mesmas taxas de antes, tendo apenas ganhos marginais, insuficientes para promover a alavancagem do PIB. Em 2010 o País atingiu o pico deste ciclo e seria preciso se reinventar para prosseguir com o mesmo ritmo.

O índice de confiança da Indústria na Economia ficou longe dos 100 pontos que costumava alcançar até 2013 nas pesquisas da Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas: a insegurança do Empresariado diante de medidas pouco ortodoxas tomadas pelo Governo, ainda em 2014, nas áreas de energia, isenção fiscal, promoção de financiamentos pelo BNDES e ausência de concessões na infraestrutura, não cessa de crescer, aproximando-se de apenas 60 pontos em 2015.

O que marcou a Economia em 2015, além deste desentrosamento com o Empresariado, foi o esforço do Governo para fazer o ajuste fiscal que se tornou necessário em face das despesas excessivas de 2014. Este esforço, independente de ter sido bem-sucedido, ao cortar despesas, acabou inibindo o crescimento, que já estava difícil antes.

Os números de 2015 podem ser observados nas tabelas das páginas seguintes, onde poderão ser comparados com anos anteriores. É o quinto ano seguido de dificuldade para o crescimento e 2016 ainda é uma incógnita, embora neste ano possam começar a aparecer os frutos positivos do esforço fiscal iniciado em 2015. Para um país como o Brasil continuar crescendo, é preciso construir-lhe bases sólidas. Isto pode demorar dezenas de anos e por este motivo os governos não se sentem estimulados a realizá-las. A curto prazo não é animadora a perspectiva de obter taxas elevadas no crescimento do Produto Interno Bruto, pois nem mesmo as soluções que estão a nossa mão, para nos facilitar a vida, somos capazes de tomá-las…

Nas páginas seguintes podemos ver as tabelas com a evolução dos principais dados econômicos do País nos últimos anos.

 

1-RELAÇÕES COM O EXTERIOR

As relações com o Exterior não são um problema para o Brasil, mas deixaram de ser uma solução. O desempenho da Economia Brasileira no período em foco é marcado pela grande queda do comércio internacional, ainda em decorrência da crise internacional de 2008/2009. Apenas os EUA mantiveram seu nível de comércio com o Brasil, e a recuperação da Europa e de nossos vizinhos da América Latina e Caribe parece demorada. E ainda houve a desaceleração da Economia Chinesa. O preço dos produtos comercializados passou a ser desfavorável ao Brasil, com nossos produtos de exportação perdendo valor e os de importação ganhando. A única exceção foi o petróleo, cuja queda de preço ajudou muito o resultado da Balança Comercial.

Mas os problemas internos também foram grandes e acabaram por acentuar as dificuldades: política cambial desfavorável, incerteza política, infraestrutura precária, baixo investimento, juros altos… O diagnóstico é antigo e bastante conhecido. Estes problemas aumentaram em perda de competitividade na Indústria, e não há sinais de recuperação.

As reservas cambiais vem se mantendo no nível da dívida externa e o grande dado favorável é a manutenção do Investimento Direto Externo, sempre em torno de 60 bilhões de dólares os últimos anos.

 

1-RELAÇÕES COM O EXTERIOR

2010

2011

2012

2013

2014

2015*

1.1 Exportações (em bi US$)

201,9

256

242,6

242,0

225,1

191,1

1.2 Importações (em bi US$)

181,8

226,2

223,2

239,7

229,1

171,4

1.3 Saldo da balança comercial (em bi US$)

20,1

29,8

19,4

2,3

(4,0)

19,7

1.4 Saldo da balança de transações correntes (em bi US$)

-47,3

-52,5

-54,2

-81,1

-91,8

-61,5

1.5 Investimento estrangeiro

48,5

67

65,3

64,0

62,5

61.6

1.6 Dívida externa (em bi US$)

256,8

298

313

312

352,7

340,6

1.7 Reservas internacionais (em bi US$)

288,6

352

379

376,0

374,0

356,5

1.8 Dólar médio comercial de venda (em US$)

1,76

1,61

1,95

2,16

2,35

3,34

 

 

2-DADOS DE PRODUÇÃO

Em 2015, a Indústria Brasileira acentuou a queda que sofreu em 2014, com perdas significativas de produtividade Esta baixa produtividade da Indústria se acentuou em face do custo Brasil, especialmente no que se refere à infraestrutura, custo da mão-de-obra e concorrência desleal de produtos importados, ou de produtos concorrentes no mercado internacional. O Governo teria tentado influenciar o desempenho da Indústria, segmentando benefícios através de isenção fiscal, desoneração da folha de pagamentos e redução no custo da energia, além de financiamentos favorecidos pelo BNDES. Esta ação, no entanto, acabou por provocar uma certa insegurança no empresariado, alimentada pelo discurso da oposição e da Imprensa. Foi grande a queda na Indústria automobilística e a Siderurgia continuou a sofrer concorrência de produtos importados, principalmente da China.

 

 

2-Dados de produção

2010

2011

2012

2013

2014

2015*

2.1 Indústria de transformação (2012=100)

102,16

102,46

100,00

102,81

98,43

89,4

2.2 Automóveis (mil unid)

2.924

2.629

2.765

2.954

2.504

2.123

2.3 Siderurgia (em mil ton)

89.394

87.757

87.178

86.732

85.656

83.677

2.4 Produção de petróleo (em mi bep)

776,3

795,4

780,9

764,6

851,8

916,0

2.5 Bens de capital (2012=100)

107,23

112,59

98,09

112,20

101,53

80,26

2.6 Consumo de energia elétrica (em GWH)

415,6

433,0

448,1

463,7

473,9

466,1

2.7 Safra de grãos (em mi ton)

149,3

162,8

166,2

188,7

193,4

209,5

2.8 Área plantada (em mi hect)

47,4

49,9

50,9

53,6

57,0

58,5

 

Para a Agricultura a Confederação Nacional da Agricultura informa que, já em 2014, o Brasil conquistou seu lugar na lista dos dez maiores produtores e exportadores mundiais de grãos e carnes. O País investe cada vez mais em tecnologia e consegue produzir mais, melhor e em menor espaço de terra. O reflexo deste sucesso no PIB é reduzido porque o Setor Agropecuário corresponde a cerca de 6% da Economia.

 

 

3MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho brasileiro, face à composição etária de sua população, demorou a mostrar os sinais da crise, com o desemprego se acentuando apenas no final do ano, a uma taxa de 8,6%.

Houve 17,7 milhões de admissões, contra 19,3 milhões de desligamentos, sendo que a maior diferença entre admitidos e desligados ocorreu na Indústria de Transformação, com perda de mais de 600 mil postos de trabalho.

sar do moderado crescimento econômico em 2014 fechou o ano com o desemprego em 4,8%, segundo a metodologia usada pelo IBGE. A taxa de trabalhadores com carteira assinada chegou a 77,7% no quarto trimestre de 2014, aumento de 0,6 ponto percentual em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas o número de vagas criadas em 2014 foi de 397 mil, contra uma previsão de 1 milhão. De qualquer modo, o total da criação de vagas nos últimos quatro anos foi de 5,27 milhões.

O rendimento médio do pessoal ocupado cresceu 2,7%, chegando a R$ 2.101. O perfil atual da demografia brasileira, com menos pessoas procurando emprego, a carência de mão de obra especializada para a Indústria e o Setor de Serviços trabalhando sem concorrência internacional, com preços mais livres, justificariam este “paradoxo” de números positivos no Mercado de Trabalho, com a Economia quase parando. A menor procura por trabalho também se justificaria porque a renda familiar aumentou, o que tem permitido mais tempo nas escolas para alguns de seus membros, com o consequente adiamento da entrada no Mercado.

 

3 MERCADO DE TRABALHO

2010

2.011

2.012

2013

2014

2015

31 Taxa de desemprego (% médio do ano)

6,74

5,98

5,50

5,39

4,80

6,8

3.2 massa salarial indústria SP (jan 2006=100)

113,08

115,35

116,98

120,81

116,50

112,35

3.3 Salário real médio indústria SP (jan 2006=100)

105,78

108,05

106,36

109,75

107,01

106,72

3.4 Salário mínimo em dólares

289,77

326,35

318,97

313,89

308,09

235.93

 

 

O Salário Mínimo continuou a crescer acima da inflação e, desde o início da política de sua valorização, após 2002, seu valor, se medido em dólares, quintuplicou, mesmo tendo havido ligeira queda de 2013 para 2014: de 314,24 para 308,09. Em vista disto, tem cumprido papel importante na distribuição de renda do País: estima-se que 40 milhões de brasileiros recebam 1 Salário Mínimo por mês, através de seu próprio trabalho ou do sistema previdenciário e de assistência social.

O cenário para 2015, todavia, apresenta números menos animadores: o desemprego chegou a 8,3% no segundo trimestre do ano e o salário real e a própria massa salarial sofrerão quedas significativas.

 

4-INFLAÇÃO E CARGA TRIBUTÁRIA

 

A Inflação foi de 6,41% em 2014 e ficará entre 8 e 9% em 2015. De olho nas eleições o Governo controlou a taxa de modo que não ultrapassasse o limite de 6,5%: fez isto através dos juros do Banco Central e de medidas de represamento de preços controláveis, tipo gasolina, preços de passagens urbanas e energia. Mas, para 2015, o Governo acha que ainda conta com outros instrumentos para cumprir a meta, apertando os cintos do consumidor através das medidas do Banco central, mas não o cumprirá.

 

4 INFLAÇÃO E CARGA TRIBUTÁRIA

2010

2.011

2.012

2013

2014

2015

4.1 Inflação (IPCA do IBGE)

5,91

6,50

5,84

5,91

6,41

10,67

4.2 Dívida interna (milhões de reais)

1603,94

1.783,06

1.916,70

2.028,13

2.295,00

2504,00

4.3 Taxa de juros SELIC (%)

10,66

11,66

8,53

8,17

10,86

13,37

4.4 Carga tributária (% sobre o PIB)

33,5

35,30

35,90

35,90

35,42

35,42


A Política Fiscal voltou a ficar em destaque durante o ano de 2014, com os olhos dos analistas voltados para a meta de superavit primário, que acabou não sendo atingida, e, que resultou num deficit primário de 17,2 bilhões de reais. Ou seja, a dívida aumentou, passando a 2,296 trilhões de reais, dos quais 2,184 negociados em reais e 112,3 negociados em moeda estrangeira. O fato de estar indexada em menos de 5% a moedas estrangeiras é um fator positivo para a condução da política cambial do País. Outro fator positivo é a continuação do alongamento do prazo médio de vencimento da dívida, que passou de 4,18 para 4,42 anos. O problema desta dívida não é a chance de o Governo não ter dinheiro para pagá-la, mas sim os altos juros que terão que ser pagos pelo Governo: no Orçamento de 2015 está previsto, para amortização do principal e pagamento de juros o valor de 1,356 trilhões de reais.

A carga tributária em 2014 foi de 35,42, e para 2015 não deverá ser diferente, mas com a ameaça do retorno da CPMF. O Governo terá dificuldade para cumprir a meta fiscal deste ano e o esforço decorrente desta dificuldade prejudicará a melhoria do Produto.

 

5RENDA NACIONAL

 

5-RENDA NACIONAL

2010

2.011

2.012

2.013

2.014

2015

5.1 Produto Interno Bruto – PIB (em US$ bi)

1.914

2.206

2.461

2.514

2.375

2.047

5.2 PIB per capita (em US$)

9.810

11.210

12.390

12.550

11.760

9.850

5.3 Desigualdade na distribuição de renda (Gini)

0,537*

0,531

0,530

0,527

0,518

0,518

5.4 Taxa de investimento (% PIB)

20,6

20,6

18,1

18,2

19,70

18,2

5.5 Crescimento real do País (%)

7,6

3,9

1,8

2,7

0,1

5,0

 

O PIB brasileiro teve crescimento discreto em 2014, de 0,1%, mas a perspectiva para 2015 é que ele decresça mais de 4%, com queda na Indústria e no Setor de Serviços e ligeira alta apenas no Setor Agropecuário. Como tem havido desvalorização do Real em 2015, o Produto Interno Bruto do País deve ter uma forte queda em dólares, perdendo o sétimo lugar no ranking do FMI para a Índia, mas ainda ficando a frente da Rússia e Itália, países que seguiam mais de perto o Brasil, mas que também não tiveram bom desempenho em 2015, um ano muito difícil para a maioria dos países.

 

A participação dos três setores da Economia – Indústria, Serviços e Agropecuária – tem se mantido estável nos últimos anos, com pequena variação negativa na Indústria como um todo, embora a queda tenha sido significativa na Indústria de Transformação, que é a maior e mais importante. A queda do peso da Indústria na Economia é uma tendência mundial, com o Setor de Serviços ocupando muitos dos espaços que antes eram computados pela Indústria. Outros motivos, mais reais nos países mais desenvolvidos, seriam o desenvolvimento tecnológico, que torna o produto da Indústria mais barato, e por outro lado, a sofisticação da prestação de serviços, mais cara, que muitas vezes acaba substituindo indiretamente o produto industrial. A Indústria brasileira debita a sua queda a outros motivos, como a infraestrutura deficiente, a questão tributária, o câmbio, os juros, a burocracia dos governos e a confiança no Governo. O valor anunciado para o PIB 2014 é de R$5,52 trilhões, ou cerca de 2.35 trilhões em dólares.. Em 2013 o Brasil estava em sétimo lugar no ranking mundial, atrás dos EUA, China, Japão, Alemanha, França e Reino Unido, este último composto por quatro países (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), Imediatamente atrás estavam Itália e Rússia, que deverão continuar atrás, e Índia, que teve alto crescimento em 2014 e pode ultrapassar o Brasil. Medido pelo poder paritário de compra (PPP, em inglês), o PIB brasileiro já não apresenta aquela grande diferença a seu favor que apresentava antes. Na escala mundial, por exemplo, o Brasil ultrapassaria a França e o Reino Unido, mas seria ultrapassado pela Russia e pela Índia. O PIB per capita brasileiro passou a US$ 11.586. Este valor, em Reais, apresentou uma queda real de 0,7% e, embora tenha crescido muito nos últimos vinte anos (em 1994 era de US$ 3.492) ainda é muito baixo na escala mundial, ficando perto do quadragésimo lugar.

A taxa de investimento no Brasil continua muito baixa. Estima-se que para manter um desenvolvimento robusto e sustentável, ela deveria situar-se em torno de 25%, mas neste período analisado, de 1994 a 2014, a média anual esteve próxima de somente 18%.

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EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO E DOS 20 MAIORES DO MUNDO DESDE O PLANO REAL http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/evolucao-do-pib-brasileiro-e-dos-20-maiores-do-mundo-desde-o-plano-real/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/evolucao-do-pib-brasileiro-e-dos-20-maiores-do-mundo-desde-o-plano-real/#comments Thu, 19 Nov 2015 06:06:34 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=86 EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO E DOS 20 MAIORES DO MUNDO DESDE O PLANO REAL   Em 1994, ano do início da estabilização da moeda brasileira, o Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, informado pelo Banco Mundial, era de 485 bilhões de dólares. Na ocasião, estávamos classificados em décimo lugar, como vemos abaixo, onde são […]

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EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO E DOS 20 MAIORES DO MUNDO DESDE O PLANO REAL

 

Em 1994, ano do início da estabilização da moeda brasileira, o Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, informado pelo Banco Mundial, era de 485 bilhões de dólares. Na ocasião, estávamos classificados em décimo lugar, como vemos abaixo, onde são apresentados os 20 maiores PIB do mundo. Neste ano, deixou o Governo o Sr. Itamar Franco e as condições do País e do mundo eram muito favoráveis para o Brasil arrancar para o desenvolvimento: nossa dívida interna era de apenas 60 bilhões de dólares, a dívida externa estava equacionada, a inflação diagnosticada e o mundo num momento de grandes acordos comerciais, quando todos os países poderiam se beneficiar. Naquele ano, a situação era tão positiva para o Brasil ,que, dizia um eminente professor da USP, não importava quem fosse o vencedor do próximo pleito à Presidência da República, pois, inevitavelmente o País arrancaria para o progresso.

 

Na tabela acima, referindo-se a vinte anos atrás, nos chamam a atenção, além da posição brasileira em 10º lugar, a modesta posição da China em 9º e a equivalência, em relação ao Brasil, dos PIB do México, Korea do Sul e Rússia, países que sempre são comparados ao nosso País nos dias de hoje. Também vemos 10 países europeus fazendo parte da lista: estes países, afetados por uma certa “lei dos rendimentos decrescentes”, progressivamente perderão seus lugares para países de área e população maiores, fartos de fatores de produção.

A estabilização da moeda brasileira, confirmada no período 1995-2002, trouxe grande benefício para o País, mas cobrou seu preço: moeda, câmbio e juros ficaram difíceis de administrar, causando insegurança para o Empresário e grande perda de reservas. A ida ao FMI tornou-se inevitável porque o mundo não pôde ajudar, já que eclodiram sucessivas crises regionais, escasseando de forma brutal o crédito internacional.

 

Este novo grupo de países, acima, apresenta como novidade a entrada da Turquia e a saída da Argentina. O Brasil perdeu uma posição, mas a verdade é que a economia mundial não esteve bem, e outros países também saíram perdendo: dentre estes 20 países, seis tiveram seu PIB diminuído: França, Alemanha, Japão, Rússia, Suíssa e Bélgica. Destaque para a ascensão meteórica da China e o grande crescimento da Índia e do México. Este último entrou na ALCA em 1994 e acabou ultrapassando o Brasil e a Espanha.

A partir de 2003, o Mundo apresentou um vigor muito forte, alavancado pelos países asiáticos. O Brasil foi beneficiado por esta onda, diversificando seu mercado externo e criando um mercado interno forte, impensável em tempo passado recente.

O mundo, então, progrediu com raro vigor. Em 2010 o quadro era o seguinte:

Neste período, 2003 – 2010, como dissemos, o mundo passou por um momento de de grande euforia. Todavia, em 2007- 2008, tivemos uma grande crise, afetando os países europeus e os Estados Unidos. Teria sido a maior crise desde 1929. A partir de 2009 iniciou-se uma lenta recuperação, que tem sido muito suave na Europa e que somente agora apresenta sinais mais concretos nos EUA. O Japão também custa a reagir. No quadro acima vemos a ascensão dos países de grande área e grande população, como China, Brasil, Rússia, Índia e, agora, também Indonésia, avançarem muitas posições no ranking. O México parece ter esgotado o modelo da ALCA e perdeu cinco posições, ao contrário do Brasil que ganhou três. A Alemanha tirou partido da crise, pois a sua produtividade é mais elevada que a dos demais países europeus: com a moeda única no continente, a relação de trocas no mercado europeu sem fronteiras lhe fica muito favorável.

Vemos o Brasil subir mais uma posição, se aproximando cada vez mais do Reino Unido e da França. Sempre é bom lembrar que neste número do Reino Unido estão considerados quatro países: Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Ou seja, naverdade, o Brasil é o sexto colocado, a frente da Inglaterra . Os países de grande área e grande população continuam a avançar e os países europeus a perderem posições: os europeus melhor colocados (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) cresceram muito pouco nestes últimos três anos e em breve terão seus produtos ultrapassados por Brasil, Rússia e Índia. Do mesmo modo, dentro de pouco tempo, Holanda e Suécia serão ultrapassados e sairão da lista dos vinte maiores.

A seguir apresentamos o ranking de 2013:

O tamanho do PIB não está relacionado à qualidade de vida da população, mas é um importante indicador do poder econômico do País no mercado mundial e em seus centros de decisão. Como sétima economia do mundo, o Brasil é hoje um player importante nos fóruns de negociação do planeta, com alguns de seus membros ocupando posições chave nestes organismos.

O PIB per capita é outro índice importante, embora também com limitações. Em 1994, o Banco Mundial apontava para o Brasil um PIB per capita de 3.040 US$, ocupando a 60ª posição no mundo. Em 2002 não alteramos esta renda de 1994 e caímos para 79º, mas em 2010 reagimos e alcançamos a 59ª posição com 9.520 US$. Foi um grande avanço, confirmado em 2013, quando a renda per capita chegou a 11.690 US$, na 39ª posição. Sabemos que esta renda é mal distribuída no Brasil, mas o progresso recente foi significativo: o índice de GINI em 1994 era de 0,602, passando a 0,526 em 2012. A desigualdade reduziu-se em 12,62%.

O Banco Mundial também calcula o PIB dos países levando em conta o poder de compra de cada moeda (Purchasing Power Parity – PPP). Com o custo de vida mais baixo, o poder de compra do dólar fica maior e isto é levado em consideração nesta modalidade de calculo do Produto. A colocação do Brasil no ranking PPP, coincidentemente, é a mesma – 7º lugar – pois embora ultrapasse a França e o Reino Unido, é também ultrapassado pela Índia e pela Rússia. Levando em conta o PPP a Índia tem o terceiro PIB do mundo, seu lugar natural em futuro próximo na conta em dólares correntes. Neste caso, o quarto lugar será disputado por Brasil e Rússia.

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Cenários 2013 (Julho) http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/cenarios-2013-julho/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/cenarios-2013-julho/#respond Tue, 30 Jul 2013 18:00:15 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=115 Cenários 2013 (Julho) Em 2013, no Brasil, a Política prepondera sobre a Economia. Não só por causa da “Primavera Brasileira” cheia de vigor, com as ruas lotadas de pessoas e protestos, mas também, e principalmente, em face da antecipação do debate sobre a sucessão presidencial, dando a impressão que todas as medidas e falações, tanto […]

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Cenários 2013 (Julho)

Em 2013, no Brasil, a Política prepondera sobre a Economia. Não só por causa da “Primavera Brasileira” cheia de vigor, com as ruas lotadas de pessoas e protestos, mas também, e principalmente, em face da antecipação do debate sobre a sucessão presidencial, dando a impressão que todas as medidas e falações, tanto do Governo como da Oposição, visam exclusivamente o pleito de 2014.

Na Pauta da Economia o Governo inclui a Inflação, que custa a ceder, e o PIB fraco, que custa a arrancar. Esta pauta ganhou força porque o debate eleitoral foi antecipado e estes dois assuntos serão cruciais na avaliação do eleitor ao depositar seu voto na sagrada urna. No entanto, são preocupações que geram dilemas, porque de providências antagônicas: o Juro alto para controlar a Inflação inibe o esforço para aumentar o desenvolvimento; e o relaxamento fiscal que serve para irrigar a Economia é, por outro lado, alimento poderoso para  a inflação.

A meta para a inflação (IPCA) em 2013 é de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou para menos. No primeiro semestre a inflação sempre rondou o teto máximo de 6,5%, embora a inflação mensal tenha sido decrescente, tendência que se espera para o segundo semestre. A inflação de 12 meses passa a ser decrescente a partir de julho, com a queda do preço dos alimentos e um jogo mais duro do Banco Central na administração da taxa de juros, que pode chegar a 9,5% em 2014. O dólar valorizado não ajuda o combate à inflação, pois encarece os produtos importados.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 não atingirá a marca de 3% como espera o Governo, apesar da manutenção do emprego em níveis razoáveis e da melhoria das perspectivas para o Mercado Internacional, principalmente os EUA. A taxa de investimento se mantém em torno de 18%, longe dos estimados 25%, taxa considerada ideal para um crescimento sustentado do PIB. A indústria brasileira, que se contraiu 0,8% em 2012, continua a perder competitividade apesar dos fortes incentivos proporcionados pelo Governo;  em face do “Custo Brasil” suas perspectivas para este ano continuam a não ser boas e seu crescimento não deve ser muito diferente de 1%. A Agricultura,com robusto apoio financeiro para seu custeio e investimento, caminha bem, com uma perspectiva de crescimento de 3,2% na próxima safra agrícola. Já o Setor de Serviços, que representa cerca de 70% do PIB e emprega 75% dos trabalhadores brasileiros terá um crescimento modesto.

Os números do Comércio Exterior estão contaminados por uma transferência de valores da conta petróleo que deveriam constar dos dados de 2012. São cerca de 5 bilhões de dólares.

Além disto, a Petrobras não tem conseguido fazer face à crescente demanda interna de petróleo e seus derivados: os poços atuais tem exigido reiteradas paradas para manutenção, e o pré sal ainda produz quantidade muito insuficiente para compensar as perdas acima referidas. A  América Latina continua a ser o maior destino de nossas exportações, e os produtos industrializados correspondem a 85% do total. Para os EUA a participação dos produtos industrializados também é grande, 75%, mas, em relação a 2012, está havendo uma redução de 20% no total exportado. Para a China houve um acréscimo de 5% nas exportações, mas o total de industrializados corresponde apenas a 12,5%. A previsão é que as exportações atinjam 240 bilhões de dólares em 2013.

 

 

 

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Brasil em 2012 (outubro) http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/brasil-em-2012-outubro/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/brasil-em-2012-outubro/#respond Fri, 12 Oct 2012 17:51:34 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=112 Brasil em 2012 (outubro)  (artigo de 12/10/2012) Nesta análise fazemos uma previsão da performance dos dados econômicos do Brasil para o final de 2012. Conforme se esperava, o ano atual está sendo a continuação de 2011, mas com um viés negativo na velocidade de crescimento. Em 2011 o País cresceu 2,7%, e, em 2012, o […]

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Brasil em 2012 (outubro)

 (artigo de 12/10/2012)

Nesta análise fazemos uma previsão da performance dos dados econômicos do Brasil para o final de 2012. Conforme se esperava, o ano atual está sendo a continuação de 2011, mas com um viés negativo na velocidade de crescimento. Em 2011 o País cresceu 2,7%, e, em 2012, o primeiro semestre cresceu somente 0,6%; embora já tenha havido uma pequena reação em julho e agosto, a previsão mais comum é que este percentual de crescimento não ultrapasse 1,5% ao final do ano. Esta reação tardia seria finalmente o primeiro sinal concreto das medidas que vem sendo tomadas pelo Governo desde agosto/2011.

Ao reduzir em outubro a taxa de juros para 7,25%, o Banco Central parece priorizar o desenvolvimento, e o mercado discute se as metas de inflação também estão sendo flexibilizadas, como o foram o déficit fiscal e o próprio câmbio. O Governo está preocupado com o baixo crescimento econômico nos dois primeiros anos do atual mandato e, além das citadas flexibilizações, outras medidas vem sendo tomadas para desonerar a Economia e tornar mais competitivas nossas empresas, principalmente na área industrial.

Ultimamente o FMI tem feito advertências a respeito das consequências da crise sobre os países emergentes, com reflexos diretos na retomada do crescimento econômico mundial. A crise europeia já teria passado o seu pior momento, quando se pensou na saída da Grécia ou mesmo na dissolução do Mercado Comum. O grande susto passou, mas agora, por outro lado, sabe-se que a recuperação será longa e lenta, mesmo com certos bons ventos que começam a soprar nos Estados Unidos, que parecem ter superado a fase crítica da crise, e a perspectiva é que cresçam entre 2 e 3% em 2012. A China e a Índia arrefeceram o crescimento econômico, embora continuem, principalmente a primeira, a desempenhar papel significativo no comércio internacional. E aqui na América do Sul, a Argentina, nossa terceira parceira no comércio internacional, continua difícil de se entender e de se prever.

O mercado interno brasileiro continua forte, embora parte da população tenha esgotado sua capacidade de endividamento e o crédito já não seja tão abundante. Mas a renda e o emprego continuam consistentes.

1-RELAÇÕES COM O EXTERIOR

Até setembro, o Brasil exportou 180,6 bilhões de dólares, um resultado 4,9% inferior ao ano passado. Não é um mau resultado diante da crise mundial e o País ainda pode alcançar a meta de exportar 264 bilhões este ano. O que tem tornado mais difícil a obtenção desta meta é a relação de troca desfavorável ao Brasil no que se refere aos preços dos produtos comercializados: nossos produtos de exportação estão mais baratos e, os de importação, mais caros. O produto manufaturado tem participação de cerca de 50% naquele total exportado, com destaque para as exportações para os Estados Unidos; nossos parceiros comerciais mais importantes continuam a ser a China, os Estados Unidos e a Argentina. Nos últimos dez anos nossas exportações tiveram um desempenho invejável, passando de 60,4 bilhões de dólares em 2002 para 256 bilhões em 2011.

A dívida externa brasileira deixou de ser problema quando as reservas cambiais a ultrapassaram; todos os seus indicadores – em relação às exportações, ao PIB, aos juros que paga – lhes são favoráveis, e a ação do Tesouro, para amortizá-la ou não, mais depende do interesse financeiro do Governo. O investimento estrangeiro líquido, de 43,1 bilhões de dólares até agosto, cobre nosso déficit em transações correntes, de 31,6 bilhões.

A crise internacional elevou o dólar para R$2,00, admitido como piso pelo Banco Central e de muito gosto para a Indústria. A desvalorização do Real só não é mais incentivada porque favorece o retorno da inflação e porque prejudica as instituições cujas dívidas são atreladas à moeda americana.

2- DADOS DE PRODUÇÃO

De janeiro a agosto de 2012 a Indústria apresentou um resultado negativo de -3,4%, mesmo com a ligeira recuperação em agosto, de 1,5%. Nos próximos meses a Indústria continuará com desempenho positivo mensalmente, embora não suficiente para reverter o quadro negativo do primeiro semestre. Os industriais tem reclamado muito do chamado custo Brasil, e o Governo tenta contornar suas dificuldades com medidas pontuais na tributação e afrouxamento no câmbio, mas sua dificuldade de aumentar os investimentos, principalmente na infraestrutura, faz a Indústria perder competitividade. A Indústria também começa a ter dificuldade de recrutar mã-de-obra de nível mais qualificado.

No agronegócio, o destaque é aumento da safra de grãos em 2,2%, com o milho ultrapassando a soja, e a consolidação do Brasil como grande produtor e exportador de carnes no cenário mundial. Na pecuária, a produção bovina retornou ao patamar da produção anterior à crise de 2008, mas a produção de frango reduziu-se em 5,5% no segundo trimestre.

O Setor Siderúrgico não deve crescer mais de 1%, em vista do desempenho da Economia Brasileira, das importações e do excesso de oferta.

Mesmo tendo se recuperado suavemente nos últimos três meses, a indústria de produção de bens de capital, no acumulado do ano, ainda está muito inferior ao ano passado: mau sinal para a economia brasileira.

Neste ano deverá haver um aumento de cerca de 3% no consumo de energia elétrica. O Governo anunciou um corte nos encargos que oneram o preço da energia para o consumidor, um dos mais altos do mundo, embora seu custo de produção seja um dos mais baixos. Nas residências o custo deve se reduzir em 16,2%, no comércio em 20% e na indústria em cerca de até 28%.

3- MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho brasileiro evoluiu muito nos últimos anos, em vários sentidos. O nível exigido de qualificação profissional tem aumentado o suficiente para despertar preocupações tanto na área de formação mão de obra qualificada, quanto no que pode acontecer no mercado de trabalho brasileiro com a atração cada vez maior de profissionais de nível mais elevado de outros países. Os brasileiros, por seu turno, tem ido menos para o trabalho no Exterior, em face não só do emprego mais disponível por aqui, como também pela melhoria dos níveis de remuneração. Se por um lado o Governo comemora o aumento do número de empregados com carteira assinada, por outro ele começa um programa de desoneração do trabalho formal, reduzindo os custos empresariais e aumentando a competitividade das empresas.

Muito ainda há o que fazer, pois ainda é intenso o trabalho informal e sem proteção. Embora melhor, a remuneração é desigual a ponto de 73% dos trabalhadores brasileiros ganharem até 3 salários mínimos.

Dentro da crise mundial e da demora do País em se recuperar, o mercado de trabalho brasileiro tem apresentado, surpreendentemente, bons resultados em várias medições.. O fortalecimento da renda e do emprego é a esperança do Governo para acelerar a Economia e continuar com um vigoroso mercado interno. O desemprego bateu 5,3% em agosto e a massa salarial, após um início de ano fraco, cresceu consideravelmente e, pelo menos, deverá empatar com 2011.

4 – INFLAÇÃO E CARGA TRIUTÁRIA

O Banco Central reduziu a taxa de juros SELIC para 7,25% ao ano e atingiu a taxa mínima histórica de 7,25%: poucos no mercado acreditavam que isto iria acontecer e, por esta razão, passou-se a entender que o Governo, agora, prioriza mais fortemente o crescimento econômico no lugar da luta contra a inflação. Aparentemente a inflação não estava tanto sob controle, mas o Banco Central mais uma vez apostou, agora para ajudar na reversão da desaceleração da Economia. Segundo o Banco Central, esta é a taxa que prevalecerá em 2013 para cumprir a respectiva meta do ano. O mercado prevê uma taxa de 5,43% para a inflação no final deste ano de 2012.

A dívida interna em agosto deste ano encontra-se no mesmo nível de 2011, não devendo sofrer grande variação até o final do ano. O Governo trabalha no alongamento da dívida, hoje 3,6 anos em média, e na determinação dos títulos a que ela deve ficar vinculada: as diretrizes do Plano Anual de Financiamento (PAF) recomendam que os títulos remunerados pelas taxas de juros flutuantes devam ser substituídos por títulos pré-fixados ou vinculados à inflação.

Em 2012 o Brasil recolherá cerca de R$1,55 trilhão em impostos, com uma queda real de 2% em relação ao ano anterior, mas continua líder de tributação entre os BRIC e os países da América Latina.

Veja o quadro na página seguinte:

5-MOBILIDADE SOCIAL ( percentual por classe)

Estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que 52,1 milhões de brasileiros entrarão na classe média no período que vai de 2003 a 2014. E que 15,7 entrarão nas classes A e B. Apenas no período dos 12 meses terminados em jan/2012 a pobreza caiu 7,9%! Estes resultados foram projetados considerando a situação de cada estado brasileiro desde 2003.

Neste estudo, os valores para as classes de renda, a preços de julho de 2011, são os seguintes:

  • Classe E, de zero a R$1.085,00
  • Classe D, de R$1.086,00 a R$1.734,00
  • Classe C, de R$1.735,00 a R$7.475,00
  • Classe B, de R$7.476,00 a R$9.745,00
  • Classe A, acima de R$9.745,00

Os dados de mobilidade social apresentados neste estudo, e que referendam estudos anteriores da própria FGV, tem significado espantoso se considerarmos toda a crise que vem acometendo o mundo desde2007/2008. Como diz o próprio estudo, o nº de pessoas que ascendeu às classes C, B e A no Brasil é superior à toda população do Reino Unido.

6- RENDA NACIONAL

O crescimento do Brasil em 2012 foi atingido diretamente pela crise internacional. O Governo, desde agosto de 2011, vem tomando medidas específicas para acelerar a atividade econômica, sem sucesso: a atividade industrial não responde aos estímulos que recebe, reclamando da competitividade perdida dentro e fora do País e cansada de acusar o “custo Brasil”, mesmo que agora atenuado pela desvalorização do Real.

O consumo interno também parece dar sinais de esgotamento; o crédito pode ser farto, mas não é tão barato. Teria se esgotado o potencial de endividamento das famílias, mostrado pelo aumento dos índices de inadimplência.

O Investimento seria a saída para a retomada do crescimento, mas o Governo não é ágil suficiente para driblar suas próprias entranhas, que o impede de tirar da gaveta projetos prontos e aprovados, e de sacar do Orçamento dinheiros fartos e disponíveis. O diálogo com a iniciativa privada para gerar investimento conjunto não é fácil. Desse modo, fica difícil o País alcançar a taxa de investimento de 25% do PIB, considerada como necessária para o País manter um crescimento sustentável de 4 a 5%. No segundo trimestre deste ano a taxa de investimento foi de 17,9%.

Neste ano o Brasil parece marchar para um crescimento da ordem de 1,5%, como atestam as previsões que não param de ser revistas para baixo.

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A Crise Mundial (Outubro de 2011) http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-crise-mundial-outubro-de-2011/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/a-crise-mundial-outubro-de-2011/#respond Fri, 21 Oct 2011 19:32:16 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=145 A Crise Mundial (Outubro de 2011) A crise mundial parece descolar-se dos EUA e se instalar exclusivamente na Europa. Não que os EUA tenham resolvido seus problemas, mas sim porque a pujança de sua economia faz uso de uma autonomia que os países da Europa não tem e, assim, seus grandes problemas parecem ir se […]

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A Crise Mundial (Outubro de 2011)

A crise mundial parece descolar-se dos EUA e se instalar exclusivamente na Europa. Não que os EUA tenham resolvido seus problemas, mas sim porque a pujança de sua economia faz uso de uma autonomia que os países da Europa não tem e, assim, seus grandes problemas parecem ir se tornando menos interessantes para a Imprensa mundial. E a confirmação da boa saúde econômica da China envia sinais mais fortes à Economia Americana do que à Européia.

Na primeira quinzena de outubro nada aconteceu de novo a não ser o compromisso oficioso de que uma solução para a Europa teria que ser apresentada em tal ou qual data, e que seria muito ruim para o mundo se nada viesse a ser articulado até a próxima reunião do Grupo dos 20, no início de novembro.

A crise política parecia tomar o lugar da crise econômica: o mundo presta atenção pela primeira vez que há uma União Européia e uma EUROZONA. A primeira com 27 países, e a segunda, dentro da primeira, com 17, que são aqueles países que adotaram o Euro como moeda. O presidente do Conselho Europeu, para tentar mais uma vez resolver a crise, convoca uma reunião com os 17 da EUROZONA, mas o grupo dos 27, na voz da Inglaterra e da Suécia, não aceita ficar fora desta reunião. Este não era o único problema: havia ainda o impasse entre França e Alemanha a respeito do papel que o Banco Central Europeu (BCE) terá no plano de resgate dos países da Europa. Para os franceses, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) deve atuar como um banco, oferecendo créditos através de financiamentos do BCE, com o quê não concordou a Alemanha, veementemente: “este não é o papel do BCE!”. Do lado da Alemanha ficaram apenas a Holanda e a Finlândia, além do próprio BCE. E a França tendo a seu lado quase todos os demais países, preocupados com o destino da EUROZONA.

Surpreendentemente, no entanto, e para felicidade geral, Sarkozy reconhece que sem o apoio de todos não será possível chegar à uma solução e desiste da idéia de usar os créditos do BCE para resolver a questão européia. Os líderes europeus, então, sob grande pressão mundial, unem-se em torno da proposta alemã em busca de uma saída sem usar o BCE. Endossaram uma proposta de recapitalizar os bancos em face das perdas com os títulos gregos – os bancos teriam que dar um substancial desconto na dívida grega – e buscam um aperfeiçoamento da governança da EUROZONA. O EFSF, por seu turno, teria que contar com mais recursos para evitar o contágio em outros países. Leia-se Itália e Espanha.

Finalmente, no dia 27 de outubro de 2011, saiu o Acordo, explicitamente se referindo aos problemas da Grécia, Itália e Espanha. Os bancos tiveram que entrar com sua parte e deram um desconto de 50% na dívida da Grécia, equivalente a 100 bilhões de euros; os países da zona do euro e o FMI darão os outros 100 bilhões, complementando assim o valor total aproximado da dívida grega; O EFSF terá sua atual dotação, de 440 bilhões, aumentada para cerca de 1 trilhão de euros, com o objetivo de ajudar principalmente as economias da Itália e Espanha; e os bancos europeus, de um modo geral, terão que levantar fundos de 106 bilhões de euros para lhes dar mais estabilidade em face de novos calotes.

Mesmo com várias coisas a resolver – por exemplo, como arranjar aquele 1 trilhão para o EFSF – o mundo inteiro comemorou o acordo com muita esperança. O próximo passo, em novembro, será dado quando em Cannes se reunir o G-20, logo nos primeiros dias do mês.

 

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Evolução Dos Dados Econômicos Do Brasil http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/evolucao-dos-dados-economicos-do-brasil/ http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/evolucao-dos-dados-economicos-do-brasil/#respond Sun, 20 Feb 2011 03:45:52 +0000 http://evolucaodosdadoseconomicos.com.br/wp/?p=149 Evolução Dos Dados Econômicos Do Brasil O quadro apresentado mostra a evolução dos principais números da Economia Brasileira, marcando-os a cada período presidencial. O registro tem fim meramente histórico, desprovido de qualquer conotação política, pois a frieza dos números esconde as conjunturas econômicas que os geraram. A intenção é perenizar o quadro, aperfeiçoando-o e ampliando-o […]

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Evolução Dos Dados Econômicos Do Brasil

O quadro apresentado mostra a evolução dos principais números da Economia Brasileira, marcando-os a cada período presidencial. O registro tem fim meramente histórico, desprovido de qualquer conotação política, pois a frieza dos números esconde as conjunturas econômicas que os geraram. A intenção é perenizar o quadro, aperfeiçoando-o e ampliando-o para períodos futuros e, mesmo, para o passado, neste caso quando dispusermos de dados confiáveis para todas as informações.

I – Relações com o exterior

Os primeiros dados informam sobre as relações com o exterior, e a razão de abrirem nossa discussão deve-se ao fato de que estas relações, com a globalização mundial, se tornaram fator determinante no desenvolvimento de praticamente todos os países.

Vê-se que em 16 anos o comércio exterior brasileiro cresceu consideravelmente, passando de 76,6 bilhões em 1994 para 383,6 bilhões de dólares em 2010. Neste cenário, cresceram em importância na pauta de exportações brasileiras os produtos básicos, que em 1994 representavam cerca de 36% do total, e passaram em 2010 a representar 53%, embora em termos absolutos os produtos manufaturados tenham crescido, entre estes anos, de 25 para 79 bilhões de dólares. Os números do comércio exterior foram influenciados positivamente pela entrada da China no comércio mundial, importando grande quantidade de produtos básicos, cujos preços foram à estratosfera. Por outro lado, negativamente, aqueles números foram duramente atingidos pela crise mundial de 2008, que fez nosso comércio exterior retroceder 22% em 2009, atingindo mais diretamente os produtos manufaturados.

A acumulação de superávits comerciais nestes últimos anos, aliada aos fortes investimentos estrangeiros no País, possibilitou uma grande acumulação de reservas cambiais, superando nossa dívida externa e valorizando sobremaneira o Real.

II – Dados da Produção

Também foi muito boa a performance da produção brasileira no período considerado, ajudada pelo boom do comércio exterior e pelo crescimento do mercado interno. A expansão do crédito para o empresário e para o consumidor foi fator preponderante neste cenário. O fortalecimento do mercado interno foi tão importante que, no período da crise mundial de 2008, a produção brasileira pôde dele se socorrer para não sofrer tanto dos seus malefícios.

Chamam nossa atenção também o crescimento em mais de 100% da produção de grãos, o aumento do consumo de energia elétrica e a surpreendente produção de bens de capital, este último fator fundamental para a sustentabilidade do crescimento econômico.

III- Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho brasileiro foi fortemente influenciado pelo desempenho do País no comércio exterior e pelo aumento das produções industrial, agrícola e do setor de serviços. Em todos os níveis houve o crescimento do emprego, mas a grande conquista se deu nas classes salariais inferiores, antes sem renda ou com ela bastante reduzida. Além do aumento do emprego, também houve grande ganho salarial em decorrência do fim da inflação a partir de 1994, com o Plano Real. Este ganho salarial se consolidou com o aumento da oferta de emprego, resultando em grande aumento da massa salarial no final do período, o quê, por sua vez, acabou influenciando no fortalecimento do mercado interno. Em duas linhas do quadro apresentado, optamos por mostrar dados que abrangessem apenas a FIESP. Isto ocorreu apenas para contar com dados mais seguros e ao longo de uma série maior.

O aumento real do salário-mínimo no período contribuiu decisivamente para melhor distribuição de renda no País, visto que a massa de empregados que adentrou ao mercado de trabalho o fez preponderantemente nos níveis inferiores da escala salarial. Este fato, é bom que se observe, se refletiu no pouco crescimento do salário médio.

IV – Inflação e carga tributária

A vitória sobre a inflação foi a grande marca da gestão de nossa Economia no período considerado. Foi, sem dúvida, o primeiro passo para o País atingir o grau de investimento em que hoje se encontra, tornando-se uma das maiores economias do mundo. Esta vitória, no entanto, tem exigido vigilância permanente, sempre feita através da política monetária do Banco Central, com o uso da taxa de juros (taxa SELIC), que chegou a atingir 46% a.a. na época da luta contra a inflação. Apesar da grande redução que ocorreu, a taxa de juros no Brasil ainda é uma das mais altas do mundo. Ela nos causa uma despesa anual da ordem de 150 bilhões de reais, em muito contribuindo para o aumento de nossa dívida interna, que era de apenas 60 bilhões em 1994. No período, a dívida deixou de ser indexada ao dólar, passando, preponderantemente, a ser pré-fixada ou indexada pela própria SELIC, e fazendo, assim, com que nossa política cambial não venha a sofrer nenhum tipo de limitação em relação à dívida interna. Ao longo do período analisado a carga tributária no Brasil cresceu consideravelmente, sempre se tentando resolver nossas contas com o aumento de impostos, ao invés de se diminuir as despesas governamentais.

V – Mobilidade social

A história da distribuição de renda no Brasil é muito triste, pois o País, ao longo do século passado, sempre ocupou as últimas colocações no ranking de desigualdade social mundial. Esta história só começou a mudar na década de 90, quando tivemos o início da estabilização da Economia. O fim da inflação melhorou muito a vida dos pobres do País, mas a desigualdade social somente começou a reduzir-se concretamente a partir de 2001, acentuando-se em 2004, com o fortalecimento do mercado de trabalho (mais renda e emprego), valorização do salário mínimo, transferências sociais e aumento da renda previdenciária. Entre 2002 e 2010 a quantidade de pessoas nas classes D e E reduziu-se em mais de 18 milhões. A estratificação apresentada (utilizada pela Fundação Getúlio Vargas) atribui as seguintes rendas às classes: Classe A- acima de R$6.745,00; B- entre R$6.745,00 e R$5.174,00; C- entre R$5.174,00 e R$1.200,00; D- R$1.200,00 e R$751,00. E- até R$751,00

VI – Renda nacional

O Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas produzidas no País e vê-se que ele mais do que triplicou entre 1994 e 2010, tornando-se o sétimo no ranking mundial. No entanto, nestes 16 anos, o crescimento real do País foi de apenas 65,2%, o que daria uma média anual em torno de 3,2%. O que explica o crescimento do valor do PIB além daqueles 65,2% é a valorização da moeda brasileira em relação ao dólar no período considerado. A mesma explicação pode ser dada para o crescimento do PIB per capita, mas aí reforçada pelo decréscimo do aumento da população. Por outro lado, há que se observar que o aumento do poder de compra do Real em relação às outras moedas favorece significativamente quem detém a posse da moeda brasileira: embora não favoreça nossas exportações, a valorização da moeda ajuda muito no aumento da produtividade da Economia, permitindo a importação de insumos e bens de capital que em outra situação não seriam acessíveis. A taxa de investimento em relação ao PIB decresceu no meio do período, mas agora procura se recuperar. De qualquer modo, ela ainda é baixa e afeta negativamente a sustentabilidade do nosso desenvolvimento, e contribui para nos sentirmos permanentemente ameaçados pela inflação e pelos gargalos de nossa infra-estrutura. Nossos economistas dizem que o ideal seria que esta taxa flutuasse sempre em torno de 25%.

 

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