EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO E DOS 20 MAIORES DO MUNDO DESDE O PLANO REAL
Em 1994, ano do início da estabilização da moeda brasileira, o Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, informado pelo Banco Mundial, era de 485 bilhões de dólares. Na ocasião, estávamos classificados em décimo lugar, como vemos abaixo, onde são apresentados os 20 maiores PIB do mundo. Neste ano, deixou o Governo o Sr. Itamar Franco e as condições do País e do mundo eram muito favoráveis para o Brasil arrancar para o desenvolvimento: nossa dívida interna era de apenas 60 bilhões de dólares, a dívida externa estava equacionada, a inflação diagnosticada e o mundo num momento de grandes acordos comerciais, quando todos os países poderiam se beneficiar. Naquele ano, a situação era tão positiva para o Brasil ,que, dizia um eminente professor da USP, não importava quem fosse o vencedor do próximo pleito à Presidência da República, pois, inevitavelmente o País arrancaria para o progresso.
Na tabela acima, referindo-se a vinte anos atrás, nos chamam a atenção, além da posição brasileira em 10º lugar, a modesta posição da China em 9º e a equivalência, em relação ao Brasil, dos PIB do México, Korea do Sul e Rússia, países que sempre são comparados ao nosso País nos dias de hoje. Também vemos 10 países europeus fazendo parte da lista: estes países, afetados por uma certa “lei dos rendimentos decrescentes”, progressivamente perderão seus lugares para países de área e população maiores, fartos de fatores de produção.
A estabilização da moeda brasileira, confirmada no período 1995-2002, trouxe grande benefício para o País, mas cobrou seu preço: moeda, câmbio e juros ficaram difíceis de administrar, causando insegurança para o Empresário e grande perda de reservas. A ida ao FMI tornou-se inevitável porque o mundo não pôde ajudar, já que eclodiram sucessivas crises regionais, escasseando de forma brutal o crédito internacional.
Este novo grupo de países, acima, apresenta como novidade a entrada da Turquia e a saída da Argentina. O Brasil perdeu uma posição, mas a verdade é que a economia mundial não esteve bem, e outros países também saíram perdendo: dentre estes 20 países, seis tiveram seu PIB diminuído: França, Alemanha, Japão, Rússia, Suíssa e Bélgica. Destaque para a ascensão meteórica da China e o grande crescimento da Índia e do México. Este último entrou na ALCA em 1994 e acabou ultrapassando o Brasil e a Espanha.
A partir de 2003, o Mundo apresentou um vigor muito forte, alavancado pelos países asiáticos. O Brasil foi beneficiado por esta onda, diversificando seu mercado externo e criando um mercado interno forte, impensável em tempo passado recente.
O mundo, então, progrediu com raro vigor. Em 2010 o quadro era o seguinte:
Neste período, 2003 – 2010, como dissemos, o mundo passou por um momento de de grande euforia. Todavia, em 2007- 2008, tivemos uma grande crise, afetando os países europeus e os Estados Unidos. Teria sido a maior crise desde 1929. A partir de 2009 iniciou-se uma lenta recuperação, que tem sido muito suave na Europa e que somente agora apresenta sinais mais concretos nos EUA. O Japão também custa a reagir. No quadro acima vemos a ascensão dos países de grande área e grande população, como China, Brasil, Rússia, Índia e, agora, também Indonésia, avançarem muitas posições no ranking. O México parece ter esgotado o modelo da ALCA e perdeu cinco posições, ao contrário do Brasil que ganhou três. A Alemanha tirou partido da crise, pois a sua produtividade é mais elevada que a dos demais países europeus: com a moeda única no continente, a relação de trocas no mercado europeu sem fronteiras lhe fica muito favorável.
Vemos o Brasil subir mais uma posição, se aproximando cada vez mais do Reino Unido e da França. Sempre é bom lembrar que neste número do Reino Unido estão considerados quatro países: Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Ou seja, naverdade, o Brasil é o sexto colocado, a frente da Inglaterra . Os países de grande área e grande população continuam a avançar e os países europeus a perderem posições: os europeus melhor colocados (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) cresceram muito pouco nestes últimos três anos e em breve terão seus produtos ultrapassados por Brasil, Rússia e Índia. Do mesmo modo, dentro de pouco tempo, Holanda e Suécia serão ultrapassados e sairão da lista dos vinte maiores.
A seguir apresentamos o ranking de 2013:
O tamanho do PIB não está relacionado à qualidade de vida da população, mas é um importante indicador do poder econômico do País no mercado mundial e em seus centros de decisão. Como sétima economia do mundo, o Brasil é hoje um player importante nos fóruns de negociação do planeta, com alguns de seus membros ocupando posições chave nestes organismos.
O PIB per capita é outro índice importante, embora também com limitações. Em 1994, o Banco Mundial apontava para o Brasil um PIB per capita de 3.040 US$, ocupando a 60ª posição no mundo. Em 2002 não alteramos esta renda de 1994 e caímos para 79º, mas em 2010 reagimos e alcançamos a 59ª posição com 9.520 US$. Foi um grande avanço, confirmado em 2013, quando a renda per capita chegou a 11.690 US$, na 39ª posição. Sabemos que esta renda é mal distribuída no Brasil, mas o progresso recente foi significativo: o índice de GINI em 1994 era de 0,602, passando a 0,526 em 2012. A desigualdade reduziu-se em 12,62%.
O Banco Mundial também calcula o PIB dos países levando em conta o poder de compra de cada moeda (Purchasing Power Parity – PPP). Com o custo de vida mais baixo, o poder de compra do dólar fica maior e isto é levado em consideração nesta modalidade de calculo do Produto. A colocação do Brasil no ranking PPP, coincidentemente, é a mesma – 7º lugar – pois embora ultrapasse a França e o Reino Unido, é também ultrapassado pela Índia e pela Rússia. Levando em conta o PPP a Índia tem o terceiro PIB do mundo, seu lugar natural em futuro próximo na conta em dólares correntes. Neste caso, o quarto lugar será disputado por Brasil e Rússia.
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